Ecos Falsos visitam o Rio
Sábado passado, saí do show do Hives (Orloff Five - Via Funchal) aliviada por ter tido a oportunidade de ver novamente um show que prendesse a minha atenção do começo ao fim. Na minha humilde opinião (um tanto prepotente, por sinal), uma experiência desse tipo só vale a pena quando o espetáculo te pega por completo, você perde a consciência de si por alguns momentos e se entrega totalmente à experiência oferecida. Por uns tempos, cheguei a achar que isso era coisa de criança e que a idade me impedia de viver essa entrega. Talvez eu tenha mesmo criado calos e tenha me tornado mais exigente. Mas aconteceu de novo.
A recente redescoberta pelos prazeres da música acabou me levando ao Cine Lapa ontem. A atração da noite era o Ecos Falsos, banda de São Paulo. Já tinha alguns MP3's deles aqui no PC e isso era suficiente para dar moral pros caras, pois eu não cheguei a deletar os arquivos. Logo de cara, já percebi que os meninos se vestem direitinho. Têm aquela preocupação em construir um visual casual. Começa o show. O som da casa ajuda - quando os graves não soam excessivos. A partir daí, é rock 'n roll agitado, bem feito e divertido. Os timbres são agradáveis: agudos explorados pelas guitarras e pelos pratos da bateria. E o baixão segurando a onda. Além da boa música, o carisma segura a banda nos momentos de intervalo pra trocar de instrumento ou pra dar aquela afinadinha na guitarra. Intervalos, aliás, frequentes. Os caras sassaricam pelo palco ao longo do show, trocando de posições e instrumentos. A comissão de frente (leia-se: a galera das cordas) alterna os vocais e, com isso, todos acabam conversando com o público. Piadinhas inteligentes ou infames e discurso firme e bem construído. Provavelmente trata-se de mais uma banda de comunicadores sociais. Essa suposição ganhou forças quando o público foi convidado a se aproximar do palco para pegar brindes gratuitos - sob um humor sutil e simpático. Hipnotizada pela persuasão (usar a palavra "brinde" e "grátis" na mesma frase é capaz de provocar reação até dos mais durões), fui buscar meus brindes na beira do palco: um adesivo e um... santinho?!?!?! E começaram a tocar " O bom amigo Inibié". Na parte de trás do folheto, onde deveria haver uma oração, a letra da música. Genial! De uma forma geral, o show foi recheado por músicas divertidas e bem executadas, por músicos bem entrosados e com uma boa postura de palco, e tiradinhas de bom gosto. Deu até pra sentir a felicidade do baterista brincando com a bateria eletrônica (que, segundo eles, era novidade). Os pontos altos da noite foram: "A revolta da musa", a cover do We Are Scientists e "Reveillon". Aprovadíssimos!
Resenha de fã
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