Um monte de caracteres. Pra dar preguiça de ler.

quarta-feira, 23 de agosto de 2006

Superbus francês


Soberbo. É isso mesmo! Não tem nada a ver com ônibus.
Superbus é mais uma banda para entrar na lista das bandas "Superalgumacoisa", mas com uma justificativa diferente: a palavra foi retirada do latim.
Qualquer nome "Superalgumacoisa" cai bem pra uma banda. E muita banda já percebeu isso pelo mundo. Foi bom descobrir uma razão a mais por trás do nome. Nesse caso, muda até a pronúncia. Não é Superbus. É Superbus.
Deixando o nome de lado, Superbus é a descoberta da vez. E veio da França.
Viu só? O mundo não se resume às bandas made in USA.
O quinteto, formado em 1998, é uma das bandas francesas mais famosas na Europa. E parece que fica só por lá, se considerarmos o trabalho desgraçado pra encontrar o material deste post.

As influências são bem nítidas: No Doubt, Blink 182, Weezer, Sublime, The Strokes e outras bandas que aparecem no topo das paradas da MTV.
São boas músicas, grudentas, divertidas, dançantes. Algumas em francês (o que dá um charme a mais), outras em inglês (que soam familiar pra galera que só ouve música em inglês).
O vocal de Jennifer Ayache segue a linha "just a girl" de Gwen Stefani. A banda apresenta um som acessível e bem feito, com guitarras pesadinhas e melodias grudentas e açucaradas.
Jennifer, com apenas 22 anos, lidera a banda e assina as composições, de acordo com as informações oficiais. Mas isso é duvidoso. Ela é filha de uma famosa atriz francesa e os outros membros da banda estão na faixa dos trinta-e-poucos anos, o que derruba esse papo de "banda de amigos". Talvez o nome da banda seja até mesmo um reflexo da tal situação duvidosa, mas não há como negar que bandas montadas podem ser boas (pelo menos fora do Brasil).
E Superbus é uma banda divertida, com melodias pra cantar junto. É, sim!
Ouça os dois álbuns, Aéromusical (2002) e Pop’n’gum (2004). Depois tente tirar as músicas da cabeça.


(Raquel, obrigada pela ajudinha com esse idioma louco!)

quarta-feira, 16 de agosto de 2006

Escuridão Emogótica

Eu nunca tinha ouvido falar nessa banda. No começo desse ano (ou final do ano passado, sei lá), uma pessoa que eu fiquei numa DDK do ano passado me passou uma música pelo MSN. O arquivo se chamava H.I.M. - Wicked Game. "Bah! Eu conheço essa música! E prefiro a versão original". E o mp3 se perdeu no meio de vários outros. E acabei associando sem querer H.I.M. aos frequentadores da DDK. A verdade é que eu só ouvi falar deles pelos frequentadores da tal festa, que já foi palco de apresentação de banda cover de H.I.M. e o escambau.
Well, well, well... Eu nem gosto muito da DDK, mas sempre acabo indo pra lá. É a única forma de ver os ingratos dos meus amigos! E eu estava na última edição, que aconteceu no sábado.
Ainda bem que eu separei os meus blogs por temática, senão esse post ia tomar um rumo bem chato. É incrível como você sempre volta da DDK com histórias pra contar!
E eu vou contar uma agora.
Cada vez mais eu percebo que a pobreza te ensina algumas coisas interessantes. Uma delas é como tirar proveito em situações que envolvem pessoas acostumadas a lidar com a classe média. Essa pode até ser uma forma sutil de dizer, mas a verdade é que eu sou meio picareta mesmo. Já cansei de ficar amiga dos garçons, arrumar convites vips pra festas e coisas do tipo. Não faço mal a ninguém. E, convenhamos, é até bem justo. Eu vivo pra arte e não ganho dinheiro. Que pelo menos tenha alguns privilégios nessa vida.
Sempre que eu entro no Cine Íris, já vou logo pro cantinho do sorteio. Nunca me preocupo com o prêmio. De graça, até injeção de glicose! Maldita fila chata! Esperei uns 3 ou 4 minutos até a minha vez.
Acho que o carinha que cuida da promoção tava distraído na hora que eu abri o saco do sorteio e reclamei:
- Aqui só tem bolinha branca! Não tem nenhuma preta! Como é que eu vou sortear uma bolinha preta se não tem nenhuma preta aqui?
Bom... aí ele percebeu, fechou o saco e falou pra eu sortear:
- Ih... olha só! Bolinha preta! Qual é o prêmio mesmo?
- Você pode escolher entre o CD do H.I.M. ou o Livro dos Mortos.
"Mas que merda!", pensei.
- Me dá o CD mesmo!
Sei lá... acho que eu sempre escolheria o CD. As rodelinhas têm toda uma magia... Não dá pra controlar.
Hum... e a festa tava só começando.

Tudo o que eu sabia sobre o H.I.M. era que eles tocavam o tal cover. E que toda a galerinha da DDK diz que gosta. Agora eu já sei que a banda é finlandesa, existe desde 1995 e o nome significa His Infernal Majesty (que malvados!). Então vamos ao CD.

His Infernal Majesty - Dark Light (2005)

Imagino que esse símbolo da capa seja o símbolo da banda. É uma estrela misturada com um coração. Já viu que tem influência EMO nesse treco, né? Tem umas cores tristes na capa... podia muito bem ser uma capa do Evanescence.

Faixa 1 - Vampire Heart
Ah, tá... a edição da DDK era temática sobre vampiros. Tem uma conexão aí.
Mas olha só... Não é quem tem mesmo uma influência EMO? Que porra de guitarra é essa? Só não é 100% EMO porque não é tão estridente. E isso vale pro vocal também. Ah, claro! E a música fala sobre vampiros. Por que não sobre leões?
A fusão "EMOGÓTICA" fica nítida no vocabulário. Eles misturam palavras tipicamente emotivas (heart, love, shame) com as clássicas góticas (funeral, dust, dark). Gostei da batera... dá até pra dançar.
Mas vampire é meio tosco, não?

Faixa 2 - Rip Out The Wings Of A Butterfly
Ai, ai... a maldita linguagem poética. Já não fui com a cara do título da música.
Hahaha! Esse guitarrista tem influência de Bon Jovi? Ainda bem que tem synths salvando.
A letra é um lixo!
Eu juro que tô tentando pegar leve.

Faixa 3 - Under The Rose
Ó o EMOGÓTICO de novo! É complicado avaliar músicos que se deixam influenciar por metal melódico. Os critérios deles são tão diferentes dos meus... Eles não se preocupam com o conteúdo da mensagem e sim com a forma. É... pelo menos o baterista acerta a dose. Dá pra dançar.
Nossa! A música acaba antes do fim... que lógica mais... hum... Ah, deixa pra lá!

Faixa 4 - Killing Loneliness
Já ouvi algo parecido com isso nesse CD. Ih... entrou uma guitarra com um timbre legal. Humpf! Ela parou antes que eu terminasse de falar bem dela. A repetição do "Killing Loneliness" no refrão é totalmente previsível, mas funciona que é uma beleza. Tem uns riffs que me lembram esses roques sob-encomenda dos discos da Xuxa, Angélica, RBD...
Mas não dá pra negar que é EMOGÓTICO!

Faixa 5 - Dark Light
:/
Essa é a faixa-título do CD. Inspirada em Sandy & Junior.

Faixa 6 - Behind The Crimson Door
Essa faixa ainda não começou. Eu já desisti da anterior e ganhei tempo pra escrever livremente.
As letras são bem fraquinhas, mas é justificável. Eles são finlandeses. O vocabulário do inglês deles é BEM restrito. Mas até que eu gosto da fonética finlandesa pra esse tipo de som. Soaria menos EMO.
Agora sim começou a faixa 6. É impressionante a complexidade rítmica das linhas de baixo. ¬¬
Vocês viram a matéria sobre os EMOs no Domingo Legal? Achei sensacional. A menininha chorou porque gosta muito da vovó dela, o Rodolfo (ídolo da dupla com o ET) se vestiu de EMO, a pirralhada EMO sempre falava que não é EMO... Tem no You Tube. Recomendo.
Já ouvi falar de inverno, verão, primavera e outono nesse CD. Não tem um disco de Sandy & Junior chamado As Quatro Estações?

Faixa 7 - The Face Of God
"I dream what you're dreaming
and feel what you're feeling
love's our shadow on the wall
with the face of God"
Você também consegue imaginar a Ivete Sangalo cantando essa letra em Português?

Faixa 8 - Drunk On Shadows
É... ainda faltam mais duas...
Dá pra dançar, dá pra dançar... Pelo menos em alguma partes...

Faixa 9 - Play Dead
Gostei dos timbres e das respirações. Até que essa soa menos fake...
Mas que música mais fim de noite! Tédio!
É o tipo de música que você pode ouvir quando precisa se concentrar em outra coisa. Ela definitivamente não vai roubar a sua atenção.

Faixa 10 - In The Night Side Of Eden
Destaque para os falsetes do vocal. Ele deve achar que canta pra caralho.
Que alívio! A textura da guitarra melhora ao longo da música!

Deve ser muito cool falar que gosta desse treco nesse meio gótico. Tem coisas que são simbólicas mesmo. Você precisa inserir aquilo dentro de você pra fazer parte do grupo.
Depois de ouvir esse CD, acho que ainda prefiro ouvir o cover de Wicked Game.
Só sendo muito kuningas mammona(*) pra ter esse espaço com esse material. Mammona compra tudo!
Mas também... estamos falando de uma das bandas mais importantes nos sets dos DJ's de uma festa chamada Deutschland Dancefloor Klub que, de alemão mesmo, só toca Rammstein e talvez mais alguma outra banda. Duvido que as pistas de dança alemãs tenham alguma semelhança com a tal festa. Coisas do Capitalismo...

(*)kunningas mammona - "rei do dindin" em finlandês. Pelo menos foi o que me disseram.

sexta-feira, 4 de agosto de 2006

M!


Abril de 2005, Buenos Aires. Era só andar pelas ruas para ver outdoors anunciando o show que aconteceria no dia 15, no Teatro Gran Rex. Era um outdoor completamente branco, com uns caras meio adróginos e uma menina. Essa imagem me lembrou Pato Fu e eu tive vontade de ir ao show. Pena que faltou "dindin" e eu voltei pro Brasil sem conhecer a banda que o Pablo (nosso amigo porteño) definiu como "los maricas".
Chegando ao Brasil, pesquisei tudo que pude sobre esse tal de Miranda! e descobri que se tratava de um grupo de pop eletrônico. A formação original era composta por duas vozes (os ex-namorados Alejandro Sergi e Juliana Gattas), teclados (Alejandro Sergi), programação (Bruno De Vicenti) e guitarra (Lolo Fuentes). Com o tempo, agregaram o baixista Nicolás "Monoto" Grimaldi ao time. Praticamente todas as músicas são assinadas por Alejandro.
Miranda! respresentou uma mudança radical no cenário musical portenho, que era dominado por bandas mais largadonas, e trouxe o glamour de volta às paradas argentinas.

A receptividade sempre foi boa. A banda já era reconhecida antes mesmo de lançar o 1º álbum (Es Mentira) em 2002.
Es Mentira foi indicado a vários prêmios e conquistou novos fãs. Mas o grande estouro veio com o lançamento de Sin Restricciones, em 2005, que ganhou uma versão En Vivo, gravada no show do Gran Rex que eu perdi.
A maioria dos fãs são crianças e adolescentes. E isso é explicado pelas melodias grudentas e batidas dançantes. Mas as letras abordam temas adultos, principalmente relacionamentos. O público mais velho e radical ainda torce o nariz. Miranda! é odiado pelos punks, apesar de receber tratamento de banda de rock, mesmo que a guitarra seja um item mais decorativo do que qualquer outra coisa. Esse tratamento tem mais a ver com a postura da banda, devido às produções dos shows e às polêmicas em torno da sexualidade dos integrantes. Muitas vezes tenho a impressão de que poderia fazer algo parecido aqui em casa, com o Fruity Loops. Mas eu nunca fiz, né?
O toque final fica por conta do castelhano, que dá um charme a mais a qualquer banda latina ou espanhola!
É divertido! Vale conhecer!
Comece por "Don" (o grande hit - e atenção para o solo de Lolo), "Yo te Diré" (tecladinho hipnotizante), "El Profe" (dá muita vontade de sair pulando por aí) e "El Agente" (outra pra sair pulando). E se você não aguenta ficar sem guitarra ou tem aversão aos timbres eletrônicos, fique longe!
É uma pena que as bandas dos "hermanos" não cheguem ao Brasil. Hermanos aqui, só os nacionais. E a gente só perde...